Na concepção freudiana ortodoxa, o homem cria como dorme, come, faz xixi etc.: para aliviar tensões. Ou seja, a pessoa explora, resolve problemas e pensa criativamente visando obter algum retorno ao estado de equilíbrio perturbado por um conflito. A criatividade torna-se um meio de reduzir a tensão. Segundo teorias mais recentes, a criatividade, apesar de ser possivelmente redutora de impulso, é também tida como um fim em si mesma. Nessa escola, dois autores: E. G. Schachtel e Carl R. Rogers.
E. G. Schachtel
A criatividade seria a capacidade de permanecer “aberto” ao mundo, sustentando a percepção alocêntrica (centrada no objeto), contra a percepção autocêntrica (centrada em si próprio). O homem precisaria ser criador não para relacionar-se consigo mesmo, mas sim com o mundo ao seu redor. Publicitariamente, este é um conceito importante: o publicitário precisa ter esta abordagem alocêntrica (centrada no objeto): ele tem um produto para vender, e não pode se expressar individualmente nos anúncios que cria. O centro do problema é o objeto ou o público, ambos fora do criador.
Carl R. Rogers
Para ele, a criatividade é ainda mais que abertura à experiência: ela é a auto-realização, motivada pela premência do indivíduo em realizar-se. Rogers distingue dois sentidos, um estrito e outro amplo, no termo criatividade: no primeiro, define certo tipo de comportamento, caracterizado por traços como intuição e espontaneidade, e também os produtos desse comportamento, ou sejam, as obras criadas; no segundo, denota algo mais abrangedor, a tendência para a auto- realização. Uma pessoa é criativa na medida em que realiza suas potencialidades como ser humano.