Provenientes da Antiguidade Clássica. Duas se destacam: Criatividade como Origem Divina e Criatividade como Loucura.
Criatividade como Origem Divina
Platão declarou ser o artista, no momento da criação, agente de um poder superior, perdendo o controle de si mesmo. Este ponto de vista acha-se também expresso na lenda de Orpheus, arquétipo do poeta, que encantava animais e homens com a divina doçura de sua lira. Na época moderna, Thomas Carlyle (1852-1889), chamando a atenção de que o artista não sabe o que faz, também partilha desse ponto de vista.
Criatividade como Loucura
Sua aparente espontaneidade e irracionalidade (???) são explicadas como fruto de um acesso de loucura. De novo, essa noção começou com Platão, que não via diferença entre o frenesi da visitação divina e o da visitação da loucura.
Mais tarde, esta opinião seria retomada por grande número de poetas, a começar com Shakespeare, em trechos de “Sonhos de uma noite de verão”. (Críticos julgam que, na época em que escreveu “King Lear”, Shakespeare achava-se à beira da insanidade mental). Baudelaire: “Esta noite a asa da loucura passou sobre mim”. Alguns gênios realmente desceram à loucura: Nietzshe, Nerval, Shumann e outros. O grande gênio, contudo, expressa a consciência de uma sanidade triunfante: Homero, Sófocles, Dante, Goethe, Beethoven, o próprio Shakespeare.
A Teoria da Loucura recebeu novo alento com os trabalhos do sociólogo Cesare Lombroso (1836-1909), que, citando gênios & loucos, alega que a natureza irracional ou involuntária da arte criadora deve ser explicada patologicamente. Também Jung identifica a invasão artística com a invasão patológica. Segundo Freud, os artistas encontram na arte um meio de exprimir conflitos interiores que, de outra maneira, se manifestariam como neuroses. Ainda hoje, muita gente considera artistas como pessoas “tocadas”, esquisitas etc.